Nesta página encontram-se reunidos diversos documentos escritos, como publicações e artigos históricos, relacionados com o Santuário de Nossa Senhora dos Milagres. O registo mais antigo data do ano de 1707, numa referência feita ao Santuário por Frei Agostinho de Santa Maria, na sua grande obra "Santuario Mariano e Historia das Imagens Milagrosas de Nossa Senhora". Aqui podemos encontrar aquela que é, provavelmente, a primeira narrativa escrita da lenda associada a este local. Pode clicar em cada uma das imagens para aceder ao texto original.
Compilado por Frei Agostinho de Santa Maria, o "Santuario Mariano e Historia das Imagens Milagrosas de Nossa Senhora" consiste num levantamento das diversas invocações Marianas existentes em todo o Reino de Portugal no início do século XVIII. Este trabalho imenso, publicado em 10 volumes, só foi possível graças à colaboração do Clero das diferentes regiões do país e das suas antigas colónias.
Neste documento, Pinho Leal faz a transcrição da quadra popular onde a descrição do Milagre é algo diferente daquela que podemos ler no texto mais antigo de Frei Agostinho de Santa Maria. Aqui, o relato fala de um menino, em vez de menina, a quem Nossa Senhora terá indicado onde se deveria dirigir para encontrar água:
"Vês aquella penedia,
Tão ressequida e tisnada?
Vae lá, verás uma fonte
Com agua clara e nevada"
Com a Implantação da República a 5 de outubro de 1910, foi publicado em 21 de Abril de 1911 a "Lei da separação do Estado das igrejas", estabelecendo que todas as igrejas e capelas, assim como todos os bens móveis e imóveis que se destinassem ao culto da religião católica, passavam a ser pertença e propriedade do Estado e dos corpos administrativos. Deveriam por esse motivo ser arrolados e inventariados.
Neste documento, respeitante à Paróquia de Dois Portos e datado de 27 de Junho de 1911, tomamos conhecimento de que nessa época o Santuário de Nossa Senhora dos Milagres possuía "Oito imagens, sendo; Senhora dos Milagres, tendo um vestido de seda azul com faxa de seda branca bordada a ouro e manto e veu de gaze, dentro de uma maquineta [pequeno oratório], São Francisco, São Sebastião, São Luiz, Salvador do Mundo, Senhora dos Milagres em ponto mais pequeno, Senhor Cruxificado e uma sem nome por se egnorar."
França Borges revisita o Santuário e escreve este texto, onde encontramos este bonito parágrafo: "Não se abandonem pois, as histórias e os costumes familiares. Não se abandonem também as tradições que vivem nas aldeias e nas províncias. Assim se manterá um caudal inesgotável de poesia, de amizade, de saudade e de graça, que alimentará de beleza a alma, o maior bem e o maior tesouro do Homem."
Em 1958 foi criada pela Fundação Calouste Gulbenkian uma equipa de trabalho denominada de “Brigada de Estudos de Azulejaria”. Liderada por João Miguel dos Santos Simões, o seu objectivo era, nada mais nada menos, do que fazer um inventário de todo o património de azujelaria existente em Portugal. Durante esse estudo, que durou mais de uma década, foram tiradas fotografias, feitos desenhos e elaboradas fichas descritivas de cada local inventariado. Aqui, podemos observar a ficha descritiva relativa ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres.
Durante a Quaresma de 1987, no dia 29 de Março, a Vigararia de Torres Vedras realizou uma Peregrinação Penitencial ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres. Nessa ocasião, foi impressa esta pagela para distribuição aos peregrinos.